Instruções do Exame

Estudo Genético das Trombofilias Plus

Instruções para paciente

rombose é uma desordem multifatorial, resultante de anormalidades no sistema de
coagulação, ativação de plaquetas e parede vascular sanguínea. O termo trombofilia define
a predisposição a trombose, devido a fatores genéticos e adquiridos.
O Fator V Leiden resulta na resistência do FV a clivagem pela proteína C ativada,
aumentando o risco de eventos vasoclusivos venosos, em portadores em homozigose ou
heterozigose dessa mutação. Os pacientes heterozigotos possuem um risco trombótico sete
vezes maior e os homozigotos até 80% maior do que indivíduos controle. Os eventos
trombóticos relacionados a esta mutação são comumente de origem venosa, acometendo
principalmente vasos profundos de membros inferiores e menos frequentemente o sistema
porta, veias superficiais e cerebrais.
A mutação G20210A no gene da Protrombina acarreta elevação nos níveis plasmáticos desta
proteína na ordem de 30%, resultando na formação aumentada de trombina e consequente
coagulação exarcebada, com risco aumentado para trombose venosa cerca de 3 vezes em
comparação a população em geral. Este polimorfismo também predispõe a embolia pulmonar e
trombose venosa cerebral, sendo que alguns autores sugerem também um risco de trombose
arterial.
A deficiência funcional da cistationina B-sintetase (CBS) e a variante termolábil da
metileno tetra-hidrofolato redutase (MTHFR) são responsáveis genéticos pela deficiente
conversão de homocisteína em cistationina, causando a hiperhomocisteinemia. Isto constitui
fator de risco isolado para doenças vasculares, incluindo a doença arterial coronariana, o
tromboembolismo venoso e arterial e o acidente cerebral vascular. Estudos de meta-análise
reforçam a importância da hiper-homocisteinemia como fator de risco para o tromboembolismo
venoso.
O polimorfismo 4G/5G do gene do PAI-1, consiste numa inserção ou deleção de uma guanosina,
que afeta a transcrição deste gene e, portanto, esta relacionado com a concentração
plasmática do PAI-1.
Homozigotos para o alelo 4G tem concentrações 25% maiores de PAI-1 que indivíduos
homozigotos para 5G. A presença do alelo 4G esta associada com o risco aumentado de
eventos tromboembolísticos e doenças cardiovasculares, inclusive de 20% para o infarto do
miocárdio, uma vez que inibe a fibrinólise e pode exacerbar lesões teciduais, afetando
negativamente o prognostico. Altas concentrações de PAI-1 são encontradas em mulheres com
aborto precoce de causa desconhecida, visto que a fibrinólise prejudicada promove a
deposição de fibrina na circulação placentária precocemente.
Em suma, a presença isolada ou em conjunto destes polimorfismos deve ser vista como um
fator predisponente a trombofilia e deve direcionar o individuo portador a medidas de
prevenção.